quarta-feira, abril 22, 2009

Ausência


Faz tempo...

Faz tempo que não me permito a felicidade de escrever, de soltar as amarras e deixar minh’alma livre, fugindo da realidade e sumindo no sonho.

Estou como o pássaro engaiolado que não consegue nem cantar e se restringe a ver os dias passarem e passarem, nunca iguais... sempre cheios de sobressaltos e nuvens sombrias ou alegrias esperadas ansiosamente que demoram demais a chegar e, às vezes, quando vêm, o dia já está escurecendo e tudo perdeu a graça... já passou a hora e não mais importa...

Faz tempo...

O meu dia já vai escurecendo e meu tempo vai passando muito depressa. Será que ainda terei chance de me derramar em histórias e me exaurir escrevendo temas em que repasso minha maneira de enxergar as pessoas no tempo e o tempo das pessoas com quem convivi? Às vezes um convívio irreal, fora completamente do estranho mundo em que vivemos, mas vívidas em minhas tramas e temas de um mundo sonhado e fantástico.

Eu prometi, no prefácio de minhas "Folhas-do-outono" que, como as folhas de outono, rolando e se esfacelando ao vento, expostas ao tempo, eu arrancaria de mim os enredos e tramas, histórias e crônicas que talvez pudessem até ser apreciadas por pessoas que procurassem na leitura um passa-tempo, uma identificação ou até um pouco de conhecimento ao se embrenharem por "lugares nunca dantes explorados".

Faz tempo que dei uma pausa e que nada mais escrevi.

As "folhas–do-outono" passaram por um vendaval, por um "tsunami" que arrastou tudo no turbilhão da vida. Estou ainda em estado de choque, desde que perdi minha filha CRISTINA. O desânimo, o desalento diante da impotência humana e da inexorabilidade da morte fizeram as "folhas-do-outono" caírem na correnteza desenfreada da vida e, em torvelinho, despencarem nos bueiros escuros do desencanto.

A tempestade passou, a devastação ficou, mas a vida continua, exigindo e cobrando continuidade e ação.

Então, aqui estou de volta e tentarei manter as "folhas-do-outono" rolando ao vento e se esfacelando e se desmanchando, e se despedaçando... até virarem pó.

2 comentários:

Unknown disse...

E assim vamos aprendendo a dançar na chuva...bjo minha querida.

Unknown disse...

E assim vamos aprendendo a dançar na chuva...bjo minha querida.