segunda-feira, dezembro 07, 2015

CADEIAS LOTADAS, ESCOLAS VAZIAS, HOSPITAIS À MINGUA...

imagem: http://www.mantenaterraboa.com.br/


                           Que está acontecendo ao nosso país? A inversão de valores, o descaso e abandono moral e ético que estamos assistindo e vivendo,  nos leva a crer que  fomos nós que sofremos um tsunami ou terremoto, e assistimos pasmados, incrédulos e inertes a uma transformação letal que nos está levando à desagregação completa e o nosso país ao caos irreversível.

                         É urgente que mudemos de atitude e entremos em ação. É inconcebível que nossos representantes políticos, cegos pelo vírus da corrupção desenfreada, não enxerguem  o tamanho do dano que estão fazendo à nação. Eles não têm filhos e netos?

                        É inaceitável que, de nossos presídios, fugidos ou libertos, em vez de cidadãos ainda socialmente recuperáveis e recuperados, saiam as bestas feras que temos  assistido diariamente nos noticiários, e é inaceitável que  todos nós, cidadãos que trabalhamos e arcamos com toda a carga de impostos e obrigações civis, estejamos reféns, inseguros e à mercê de quadrilhas, não só de malfeitores, mas de políticos inescrupulosos e bandidos de colarinho branco .

                        Ninguém mais se entende nesta terra? O que acontece  com nossas escolas? Por que as crianças também tem de pagar pela incompetência de nossas autoridades, quando só se fala em milhões e bilhões desviados com a maior desfaçatez? Que futuro estamos preparando para eles? Se a intenção é transformá-los em viventes apáticos e descrentes, estamos no caminho certo.
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                        A monstruosa irresponsabilidade de nossos governantes , que não se envergonham dos assaltos bilionários ao povo , poderia transformar nossos  presídios realmente em instituições de recuperação, usando as fortunas roubadas do povo construindo neles enormes galpões com escolas de ofício.

                       Se houvesse uma escola de mecânica de automóveis e a oficina correspondente, todos os carros  públicos poderiam ser consertados a custo mínimo e se estaria dando aos presos oportunidade de trabalho e aprendizado. “Cabeça vazia é oficina do diabo” já diziam os antigos..

.                     Uma  escola e oficina de marcenaria poderia fazer e ou  consertar todas as carteiras de alunos, móveis, armários, e tudo o mais necessário para suprir as escolas que andam  vergonhosamente carentes de tudo em sua maioria.  Nossos professores  estão desmotivados e desvalorizados, numa sociedade que, hoje, não reconhece neles e na educação a única saída para a redenção do nosso país
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                      E muito, muito mais se poderia fazer nesse sentido... O leque de possibilidades é enorme e as necessidades imensas...  Todos sabem..
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                      E nossos hospitais? Que dizer das vergonhosas cenas que assistimos nos noticiários? Onde estão os bilhões roubados que deveriam e poderiam  estar empregados para o povo em atendimentos decentes, remédios e manutenção, tirando os aparelhos obsoletos e , por isso, de caríssimo custo em consertos, que passam mais tempo fora de uso, deixando a população meses à espera de um exame?

                      Nossos hospitais precisam urgente de tratamento, estão terrivelmente doentes de abandono, os médicos estressados e desiludidos, incapazes de solucionar problemas que fogem a sua alçada, e o povo, além de suas  doenças e tristezas, tem de assistir resignado e calado a toda essa vergonhosa situação.

                       Resignado e calado por quê?  POR QUÊ?

Walkyria Gaertner Boz                                         
Professora aposentada, mãe de família, cidadã preocupada
                                                       
Curitiba, 28 de maio de 2015                                

“O que mais preocupa não é o grito dos violentos,
nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética..
O que mais preocupa é o silêncio dos bons”.
Martin Luther King

       
                                


IDOSO E VOLUNTARIADO

imagem: http://seniorsinservice.org/

                                        
                           A velocidade com que o mundo caminha, de uns cinquenta anos para cá, especialmente, é algo que, para nós, vindos de meados do século passado, chega a ser assustador.

                         São tantas as coisas que surgiram, tantas que se tornaram obsoletas, tantas que evoluíram para melhor (ou, quem sabe, para pior) que precisamos estar atentos e ligados, se pretendemos tentar acompanhar esse processo acelerado.

                        Os idosos, que já se aposentaram e cumpriram sua missão de cidadão, que criaram os filhos com maior ou menor dificuldade e agora vêm os netos manusearem telefones celulares e computadores ainda na mais tenra idade com uma  naturalidade espantosa, como se já nascessem sabendo , para não ficarem à margem de toda essa evolução, precisam “ir à luta”  e tentar, de alguma forma, sobreviver e participar desse “vendaval”

                        Além de usarem todos os recursos modernos de preservação da saúde que os tempos atuais oferecem, é importante passarem a seus descendentes os valores morais e tradições herdadas de seus antepassados, que não podem ser desprezadas e precisam ser resguardadas pelas novas gerações como: caráter ilibado, caridade, compaixão, solidariedade, gentileza e tolerância, coisas que temos visto estar caindo de moda ultimamente.

                       Uma das maneiras mais simpáticas de se dar esses exemplos é participar com regularidade da vida social do seu bairro, frequentando, em sua igreja ou seu clube ou entre seus amigos, ações em benefício da comunidade, coisa que os mais jovens não tem tempo de fazer, pois vivem correndo atrás de cumprir etapas de suas empresas, vencer concorrências, numa competição desenfreada pela manutenção do “status” que desfrutam ou tentando chegar lá.
                
                        E assim que muitos netos hoje ficam aos cuidados de seus avós para que seus pais possam correr atrás dos seus sonhos, coisa que há cinquenta ou sessenta anos atrás não ocorria-- eram os pais que, em certa fase, eram acolhidos na casa de seus filhos, que deles cuidavam até o fim--. Aqueles que já fizeram isso ou não tiveram netos e não tem alguma atividade, ficam marginalizados e, se não tomarem providências, nada mais farão que aguardar na inércia a hora de partir.

                       Há muito o que fazer. Nessa velocidade com que andamos, muitas coisas ficam esquecidas ou subvalorizadas, até estranhas  a essas novas gerações. Uma delas é a compaixão e a solidariedade, coisa que temos obrigação de preservar e dar exemplo ao mundo
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                       É isso que faz o VOLUNTARIADO, uma das ferramentas  mais poderosas do TERCEIRO SETOR:  uma proposta de amor e respeito à humanidade, que enfrenta, sem salários ou pagamentos, situações que, normalmente, são remuneradas a peso de ouro
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                      Tudo é enfrentado com a consciência de sua responsabilidade de cidadão e foi assim que surgiu a REDE FEMININA DE COMBATE AO CANCER. Primeiro, cientes da necessidade de se ter aqui um centro de referencia no combate ao câncer, e com um grupo pequeno de senhoras, o grupo não esmoreceu e perseguiu seu objetivo até que conseguiu inaugurar o HOSPITAL ERASTO GAERTNER, dezoito anos depois, em 1972
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                     Fizemos, em março deste ano, sessenta anos de atividade ininterrupta desde então e temos muito orgulho de nosso trabalho em favor dos nossos doentes. Somos perto de quatrocentos voluntários atualmente  que desenvolvem as mais variadas atividades dentro e fora do hospital, cooperando com a administração auxiliando na melhoria do fluxo, e dando suporte emocional aos doentes , orientando-os, acompanhando-os, ouvindo-os, tentando dar um tanto de conforto àqueles que nos procuram...

                     Creiam... é um trabalho que todos podemos fazer e o que recebemos em sorrisos e agradecimentos é tão gratificante que nos sentimos muito bem pagos e ainda devedores.

.                    A sociedade está cheia de setores necessitados de voluntários e todos podemos  escolher o que fazer, de acordo com nossas preferências e tendências e é importante, se temos saúde,  que não nos deixemos enredar pela apatia e pela preguiça.

                    Vamos, do nosso jeito, acompanhar o mundo em sua veloz trajetória! Vamos trazer bem firme para nossos descendentes nossas tradições de amor, compaixão e solidariedade!Vamos mostrar que ainda temos coração, cérebro e energia para tentar lembrar a esse mundo atual, tão maravilhoso em tecnologia, que ainda vale a pena sermos caridosos, carinhosos e...humanos. 
                    

                                                                   Curitiba, 18 de julho de 2014

Sobre MAIS MÉDICOS

imagem: uol.com.br
                     
                    É incrível...A quem será que estão tentando convencer com essa "manobra" de desprestigiamento contra os médicos brasileiros?

                    Sou leitora dessa revista há anos e ultimamente tenho me decepcionado com alguns articulistas. O artigo de Leonardo Attuch na edição 2285 me apresentou uma visão muito distorcida da minha, com respeito ao programa "Mais Médicos."

                   Sou uma mera cidadã preocupada com o caminho que as ações do governo vem tomando, mas penso que meu ponto de vista é compartilhado por milhões de brasileiros, por isso me atrevo a me manifestar.

                  Incrível como, de repente, aparece um programa espetacular, resolvendo toda a questão de saúde do país!

                 Há anos estamos vendo  e sabendo como andam as coisas por aqui, nesse setor, e é sabido que nossos médicos  não vão para o interior por causa da infraestrutura de nossos postos de saúde,  a grande maioria sem o mínimo de condições necessárias ao funcionamento, sem as adaptações e equipamentos indispensáveis, sem os medicamentos mais emergenciais, desmotivando os médicos até com ambientes indignos dos atendimentos mais elementares, além de salários incompatíveis e ultrajantes, o que faz nossos profissionais de saúde se recusarem a participar de tamanha ignomínia.

                E, de repente, se está consertando tudo! Será que a "varinha mágica" do governo vai funcionar finalmente? Será que querem nos esconder as verdadeiras intenções sob uma cortina de fumaça, humilhando nossos profissionais e trazendo para cá médicos estrangeiros incautos que não vêm a armadilha em que estão caindo?

               Temos médicos suficientes sim! Não acredito que algum recém formado bem pago, e tendo condições minimas de praticar a medicina se recuse a ajudar nosso país!

               Não acredito que essa parafernália toda dê prestígio ao governo, como prevê o articulista.

               Estão subestimando a inteligência do povo brasileiro ...


  Este  texto é uma carta que enviei à revista ISTO É , em 05/09/2013